terça-feira, 4 de agosto de 2009

Coração Silvestre



Caminhando com os pés nos bosques frios, as serpentes são ausentes; progrido em silêncio.

Com os olhos fechados, tenho a sensação de estar sentindo o aroma da flor do universo, porém, empalidecem as rosas no outono em seu jardim.

Minhas pegadas transparentes ressurgem na folhagem, enquanto no crepúsculo apagado, dou asas à minha alma derramando minhas lembras.

Com as pupilas dilatadas, sinto o frescor da água em porções cristalinas; sigo o meu rumo cruzando a aurora com pálpebras de pétalas de rosa; eterno coração silvestre, onde, numa nuvem de tristeza, florescem as rosas deslumbrantes.

Na imensidão do céu, procuro o firmamento; na margem do rio, curo feridas e a espada crava o meu pranto.

Neste contato com a dança das cores, olho o encanto da sua formosura.

Ainda existe muita pureza no meu coração, porém, dele escorre o fel e o mel.

No meu destino, proclamo a pureza renunciando a morte.

Apensas o silêncio permanece intacto.



Jéssica N. Brandão

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