domingo, 2 de agosto de 2009

Escorria pelo ralo



Poderia se entregar.
Mudaria de endereço.
Não podia mais negar.

Escorria...

Sua vida escorria pelo ralo.
Com sorte, ainda podia ver
a esperança de um dia viver.
Buscava em cada passo
a coragem de continuar.
Pensava em fugir,
iria embora e jamais voltaria,
mas era muito nova.

Esperaria mais alguns anos...
Esperava florescer o seu deserto.
Esperava a solidão ser levada pelo ralo.
Esperava que sua vida fosse vivida
e não mais escorrida pelo ralo.

Jéssica N. Brandão









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